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2 de fev. de 2012

Após matar mais em janeiro, BR 101 mais cara em fevereiro

Se comparado o mês de janeiro de 2012 com o mesmo período do ano passado, o número de mortes dobrou, de 4 para 8, na rodovia BR 101, no trecho entre o trevo de Macaé e a divisa com o Espírito Santo. Jossana dos Santos Bartolazzi Barbosa, viúva do vereador Renato Barbosa — que um dia antes de morrer em acidente na BR, usou o plenário da Câmara Municipal de Campos para chamar a atenção dos colegas sobre o grande número de acidentes registrados na “Rodovia da Morte” —, disse que se a duplicação tivesse sido realizada à época, talvez o vereador não fosse atingido, na contramão, por um caminhoneiro.

A partir desta quinta-feira (02), entra em vigor o novo preço da tarifa de pedágio das cinco praças instaladas ao longo da BR 101 entre Rio Bonito e a divisa com o ES, sob a concessão da Autopista Fluminense. O imposto para carro de passeio, por exemplo, passa de R$ 2,80 para R$ 3,10. Segundo a concessionária, o aumento anual faz parte do contrato de concessão assinado com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em 2008. Entretanto, o aumento de R$ 0,30 e a justificativa dada pela Autopista, de que seria em prol de obras de melhorias, não diminui a ansiedade de quem espera por obras que possam reduzir o número de vítimas fatais. Constantemente familiares de vítimas que perderam a vida na BR, além de representantes de entidades de classe, se manifestam quanto às condições da rodovia e o preço do pedágio. E sobre o aumento, a posição não é diferente.

— Eles podem usar a justificativa que quiserem que, para quem perde um ente querido na rodovia, é muito difícil. Trabalho em Macaé, assim como meu marido, que por várias vezes chamou a atenção sobre os perigos na “Rodovia da Morte”. De lá para cá não tenho nem mais coragem de passar de carro pelo local onde aconteceu o acidente. Vou e volto de Macaé de ônibus e, mesmo assim, o desconforto e a angústia são muito grandes. A sensação é a pior possível. Talvez se naquela época a pista já fosse duplicada, Renato não tivesse sofrido o acidente. Não sou técnica e não sei se a culpa é da pista ou dos motoristas. O que sei é que as mortes continuam acontecendo. As melhorias que vêm sendo feitas são pequenas se comparadas à importância da rodovia — desabafou a viúva de Renato, que morreu no dia 23 de setembro de 2009, vítima de um acidente no Km 137 da BR 101, próximo ao trevo de Macaé, onde trabalhava há 25 anos em uma estatal.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Amaro Ribeiro Gomes, que foi ao Rio de carro recentemente, disse que também não tem visto grandes mudanças, principalmente no trecho entre Rio Bonito e Campos, mas falou que sabe que o aumento é contratual e tem que ser dado.

Fonte Folha da manhã

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